Pessoal, eu gostaria de
chamar a atenção de vocês para uma pessoa especial que eu acabei conhecendo
depois que comecei com o blog.
Estava
eu em um dia normal, quando recebi um e-mail do formulário de contato. Era do
autor do blog A Taberna do Velho, perguntando se eu estaria interessada em fazer
uma parceria. Bom, eu hoje em dia prefiro parcerias produtivas, de verdade, do
que uma mera troca de banners, e disse isso a ele.
Entre
um e-mail e outro eu tive a curiosidade de descobrir um pouco mais sobre o
blog, e descobri que o autor era um escritor, que tinha um livro pronto para
ser publicado, e que o blog era uma forma de chamar a atenção para o seu
trabalho.
Eu
acabei lendo algumas coisas escritas por ele, e me surpreendi ao ver que gostei
(as pessoas costumam me mandar muitos textos para ler, e poucos me agradam). Os
textos dele não são difíceis de ler, e acredito realmente que ele tem potencial
para ser um bom escritor.
Portanto,
gostaria de apresentar ele a vocês, e também postarei algumas de suas histórias
aqui no blog. Fiz uma entrevista informal com ele, durante a qual discutimos
vários assuntos interessantes. Vou resumir ela aqui para vocês, para que vocês
possam conhecê-lo um pouco:
Nome: Joaquim Rodrigues, mas prefiro o meu pseudônimo, W Y. Roses, ou
Dubbie como a maioria que conhece o nome me chama.
Idade: 22
Onde Mora: ABC Paulista
Raiane Martins: Fale um pouco sobre o seu trabalho. O que te
inspirou? Por que você escreve?
Joaquim Rodrigues: Desde criança eu sempre gostei de inventar
histórias. Via os desenhos, principalmente animes, e sonhava em um dia ter uma
coisa minha passando na TV. Ao mesmo tempo eu tinha outro sonho. Enquanto a
maioria dos garotos costumam sonhar em ser jogador de futebol, bombeiro,
astronauta... eu queria ser um super herói. Era idiota, mas era sério... eu
acreditava plenamente em poder me tornar um herói, combater monstros, etc...
E aí veio a
adolescência... fase onde os sonhos costumam ser esquecidos e a gente passa a
pensar em como vai ganhar dinheiro. Só que eu fui contra a corrente e
continuei. De criador de animes, meu sonho passou a um dia me tornar um
mangaká, até fiz curso de desenho.
E depois a ideia
finalmente evoluiu para escritor, para a literatura, após eu ter sido
profundamente tocado por As Crônicas de
Nárnia, e receber conselhos de uma amiga.
E o outro lado...
também não foi esquecido. Eu havia descoberto uma coisa: os monstros existiam! Não
eram como eu imaginava quando criança, mas eram igualmente destrutivos. Os
monstros que nos cercam, que atacam quem amamos, que atacam nosso mundo, o
ódio, a ganância, a falta de amor, as ilusões e falsas concepções de
felicidade.
Eu fui muito atacado por eles. Quase destruído. Vi
muitos ao meu redor cederem. Perderem seus sonhos, se entregarem à ilusão, aos
falsos prazeres...
Fui muito atacado por resistir, mas eu sobrevivi.
Tive uma adolescência psicologicamente infernal mas saí inteiro dela, graças a
Deus. Acredito muito em Deus, independente de religião. E acredito que nossos
sonhos, nossas ambições, são nossa missão, nossa Lenda Pessoal como me ensinou
outro grande mestre, Paulo Coelho. E então... ali estava a minha lenda.
Escrever e lutar.
Raiane Martins: Como você acha que os brasileiros veem seus
escritores? Você teve estímulos suficientes, recursos? Foi ajudado ou
incentivado de alguma forma?
Joaquim Rodrigues: Em muitos anos que tento publicar meu primeiro
livro pude perceber um cenário muito triste em nossa literatura. Nós
simplesmente não temos espaço. Nosso querido país não dá oportunidade alguma
para esta área crescer. Vivemos de futebol e Carnaval. Assim como filmes,
séries, HQs, alguns estilos musicais, jogos e tantas outras coisas, nós
consumimos literatura quase que 100% estrangeira. E é falta de qualidade? Não.
Falta de espaço. O Brasil não dá ênfase, não dá estrutura alguma para estas
áreas serem desenvolvidas. Dois exemplos contemporâneos: André Vianco e Eduardo
Sphor. São autores fodásticos [vale palavrão na entrevista? Kkk], possuem fãs
fiéis, obras que mereciam virar filmes, e porque para a massa geral, eles são
completos desconhecidos? Porque nosso Governo, por mais teatro que faça, não
está ligando muito para a nossa cultura.
Estímulos tenho de amigos, ex-professores... Agora,
incentivo pátrio... É até hilário de se pensar...
O pouco estímulo que nosso país possui vem de
entidades privadas. Concursos de editoras, prêmios... Mas é algo mínimo. Temos
grandes autores. E não é difícil achar. Mas o pouco que é divulgado são obras
que não conseguem competir com os livros importados.
Raiane Martins: Muito triste não é? Eu sempre penso sobre isso... Eu
mesma sou muito ignorante em relação aos autores brasileiros, mas já faz um
tempo que eu venho tentando mudar isso. Se a gente não der valor à nossa
literatura, quem vai dar?
Joaquim Rodrigues: Realmente... muito triste...
Joaquim Rodrigues: Meu objetivo é uma espécie de protesto silencioso,
por as pessoas darem mais valor ao que veem do que ao que ouvem, entende? É uma
maneira de deixar visível somente minha mensagem, pois o mensageiro não importa.
Raiane Martins: Um pensamento muito interessante.
Joaquim Rodrigues: Obrigado...
Raiane Martins: Eu tive uma ideia parecida um dia desses, mas foi
só uma coisa que me ocorreu (agora que eu penso sobre isso, sem dúvida foi
algum pensamento sobre sua foto que desencadeou esse raciocínio). Eu pensei “se
todas as pessoas usassem máscaras, ninguém ia mais saber quem é quem” mas aí
logo depois eu pensei: não, se todo mundo usasse máscaras, as pessoas
provavelmente iam se conhecer de verdade. Quando a gente não tem a aparência
tudo o que sobra é a ideia, o pensamento, e todas as coisas que nos escapam
pela supervalorização da imagem. E como diz a raposa, “o essencial é invisível
aos olhos”.
Joaquim Rodrigues: É.... aí que está! A ideia é exatamente essa...
por isso prefiro minha imagem com máscara.
Raiane Martins: Agradeço muito a você por ter me concedido
essa entrevista tão interessante e esclarecedora! Espero que os meus leitores
venham a apreciar o seu trabalho como eu apreciei. Desejo a você muita sorte e
torço para ver o seu livro publicado.
Muitíssimo obrigado pela atenção e pela entrevista, senhorita. Desejo-lhe em dobro esta sorte! Que Deus lhe abençoe...
ResponderExcluirEntrevista legal, leve de ler, Muito bom! Parabéns W Y Roses, suas histórias são fantásticas, sorte com a publicação do livro.
ResponderExcluirIvens, blog Leitor Maluco